Postura do Judiciário Diante da Cessão de Créditos: O Que É Indicado?

postura do Judiciário

Renata Nilsson, CEO da PX Ativos Judiciais

A postura do Judiciário é fundamental para garantir a segurança jurídica e atender aos interesses dos cidadãos que buscam antecipar valores travados em processos judiciais. 

Isto é, negociar ativos judiciais, por meio da cessão de crédito, é uma prática cada vez mais comum no Brasil, especialmente em períodos de endividamento. Inclusive, o percentual de endividamento em junho de 2024 é de 78,8%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

No entanto, essa prática ainda enfrenta resistência no próprio Judiciário, especialmente na Justiça do Trabalho. Então, quer entender qual deve ser a postura do Judiciário diante da negociação de ativos judiciais? Continue a leitura e acompanhe:

  • Crescimento da negociação de ativos Judiciais
  • Regulamentação da cessão de crédito
  • Benefícios sociais e econômicos da cessão de crédito
  • Postura do Judiciário diante da cessão de crédito

Crescimento da negociação de ativos Judiciais

A negociação de ativos judiciais tem crescido no Brasil, impulsionada por crises econômicas que aumentam a necessidade de liquidez. Isto é, esse mercado atraiu a atenção de empresas e fundos de investimento especializados, especialmente após a pandemia

Afinal, a venda de créditos judiciais, realizada por meio da cessão de crédito, oferece uma alternativa financeira vantajosa para cidadãos e advogados. Isso porque ela possibilita antecipação de valores que, de outra forma, ficariam presos em longos processos judiciais.

Regulamentação da cessão de crédito

A cessão de crédito é uma prática regulada pelo Código Civil brasileiro, especificamente a partir do artigo 286. Esse procedimento permite que créditos judiciais sejam transferidos de uma parte para outra, com algumas exceções, como créditos de natureza alimentar.

Apesar dos benefícios, a cessão de crédito enfrenta resistência no próprio Judiciário. Um exemplo notável dessa resistência ocorre na Justiça do Trabalho, onde a possibilidade de cessão de créditos trabalhistas ainda não é totalmente aceita. 

Diante disso, o Projeto de Lei 4.300/21 visa alterar o Código Civil para permitir explicitamente essa prática, oferecendo maior segurança jurídica.

Benefícios sociais e econômicos da cessão de crédito

A cessão de crédito apresenta benefícios tanto para os indivíduos quanto para a economia:

Benefícios sociais

Liquidez imediata

A cessão de crédito permite que os beneficiários recebam valores de processos judiciais antecipadamente. Isso é importante em momentos de necessidade financeira, como o pagamento de dívidas, investimentos pessoais ou a criação de novos negócios.

Redução do endividamento

Ao possibilitar a antecipação de valores a receber, a cessão de crédito ajuda a evitar a busca por empréstimos bancários, que podem ter juros elevados. Isso contribui para reduzir o endividamento das famílias.

Estabilidade financeira

Com acesso a recursos financeiros mais rapidamente, os beneficiários podem gerenciar melhor suas finanças pessoais, evitando inadimplência e contribuindo para uma maior estabilidade econômica.

Benefícios econômicos

Circulação de recursos

A antecipação de créditos judiciais coloca dinheiro em circulação na economia mais rapidamente. Isso pode estimular o consumo e os investimentos, gerando um efeito positivo no crescimento econômico.

Desbloqueio de capital

Processos judiciais podem levar anos para serem resolvidos. A cessão de crédito libera esses recursos, que de outra forma ficariam parados, permitindo que sejam usados de maneira produtiva.

Desenvolvimento de novos mercados

A prática tem atraído empresas e fundos de investimentos especializados. Esses agentes trazem inovação, maior competitividade e eficiência para o mercado de créditos judiciais, beneficiando todas as partes envolvidas.

Postura do Judiciário diante da cessão de crédito

A cessão de crédito ainda enfrenta resistência, especialmente na Justiça do Trabalho. Há uma preocupação de que essa prática desvirtue a finalidade dos créditos trabalhistas, que visam proteger o trabalhador. No entanto, essa visão não é unânime e há um movimento crescente de apoio à cessão desses créditos, com a atuação de advogados sendo fundamental para orientar as partes envolvidas e garantir que seus direitos sejam respeitados.

Papel do Judiciário

O Judiciário deve adotar uma postura que equilibre a proteção dos direitos dos credores com a facilitação da cessão de crédito. Isso envolve:

Respeito à autonomia das partes

O Judiciário deve respeitar a vontade das partes envolvidas na negociação, desde que realizada de forma legal e transparente.

Garantia de segurança jurídica

Decisões consistentes e baseadas na legislação vigente são fundamentais para proporcionar confiança aos envolvidos nas transações.

Incentivo à liquidez

Em tempos de crise, a antecipação de créditos judiciais pode ser importante para a estabilidade financeira dos cidadãos e a economia como um todo.

Exemplo positivo

Decisões como a do ministro Douglas Alencar Rodrigues, do Tribunal Superior do Trabalho, que apoiou a cessão de créditos trabalhistas, demonstram um caminho promissor. 

Além disso, projetos de lei como o PL 4.300/21, que visa regulamentar a cessão de créditos trabalhistas, indicam um avanço na direção de maior segurança jurídica.

Como você reparou ao longo da leitura, a postura do Judiciário deve ser favorável à cessão de créditos judiciais. Assim, há um respeita a autonomia das partes e garante segurança jurídica. Isso promove liquidez, reduz o endividamento e estimula a economia.

Gostou de saber mais sobre a postura do Judiciário diante da cessão de créditos? Agora, compartilhe este conteúdo em suas redes sociais! Dessa forma, você ajuda a disseminar informações importantes sobre os benefícios e desafios dessa prática.

*Renata Nilsson, formada em Comunicação Social e Direito pela Universidade Anhembi Morumbi, com especialização em direito corporativo e compliance, acumula 11 anos de experiência na advocacia contenciosa e na estruturação de operações no mercado financeiro. Renata participou de diversas operações de M&A, contingenciamento de passivos judiciais e gestão e validação de créditos. Atualmente atua como consultora especializada de diversos fundos de investimentos (FIDCs) e plataformas de investimento, focados na aquisição de créditos judiciais, incluindo créditos judiciais trabalhistas, cíveis e precatórios como CEO e sócia da PX Ativos Judiciais.

Receba uma proposta personalizada gratuitamente!

Os especialistas da PX Ativos Judiciais vão analisar o seu Precatório e fazer uma oferta exclusiva.