*Renata Nilsson, CEO da PX Ativos Judiciais
Com o aumento da busca por investimentos, a falta de liquidez do crédito judicial se torna um obstáculo real e muitas vezes ignorado. Isto é, esses créditos representam valores já reconhecidos pela Justiça e que, em tese, poderiam ser usados como ativos.
Entretanto, o fato de não estarem imediatamente disponíveis para saque compromete seu uso prático como fonte de investimento ou reserva financeira. Assim, à primeira vista, o crédito judicial pode parecer uma boa oportunidade: rende juros e correção monetária.
No entanto, essa aparente vantagem esconde riscos importantes – especialmente para quem conta com o valor no curto prazo. Neste contexto, entender como a falta de liquidez afeta diretamente autores de ações, advogados e investidores ajuda a tomar decisões mais seguras e estratégicas. Portanto, continue a leitura!
- O que é a falta de liquidez do crédito judicial?
- Riscos invisíveis para quem depende do crédito judicial
- Antecipação de crédito judicial como solução: quando ceder o crédito faz sentido
O que é a falta de liquidez do crédito judicial?
A falta de liquidez do crédito judicial acontece quando o titular não consegue acessar imediatamente o valor de um processo reconhecimento pela justiça.
Isto é, mesmo que o crédito exista no papel, ele permanece indisponível até o fim do processo. A conclusão pode levar anos, dependendo da complexidade e dos recursos envolvidos.
Ou seja, trata-se de um crédito ilíquido, pois não pode ser transformado em dinheiro de forma rápida ou garantida. Logo, a demora e a imprevisibilidade dos prazos judiciais limitam o uso do crédito como reserva financeira ou fonte de investimento.
Riscos invisíveis para quem depende do crédito judicial
Manter um crédito judicial à espera da liberação pode parecer uma estratégia segura, principalmente por conta da incidência de juros e correção monetária. Mas, na prática, a falta de liquidez pode transformar essa escolha em uma armadilha financeira, especialmente quando surgem imprevistos.
A necessidade de recorrer a empréstimos caros em emergências
Quando o crédito está travado na Justiça e o titular precisa de dinheiro com urgência, a saída costuma ser o empréstimo bancário. O problema é que essas operações têm custos elevados e podem comprometer ainda mais o orçamento.
- juros altos – empréstimos pessoais costumam cobrar cerca de 8% ao mês, o que pode tornar o crédito impagável no longo prazo;
- endividamento desnecessário – mesmo tendo um valor a receber, o titular acaba entrando no sistema de crédito tradicional, pagando caro por um dinheiro que já deveria ser seu.
O descompasso entre os juros do mercado e os rendimentos do crédito judicial
Muita gente acredita que deixar o dinheiro “parado” em um processo judicial é vantajoso, já que ele continua rendendo com o tempo. Mas é aí que mora o engano.
- diferença gritante – enquanto o crédito judicial rende 1% ao mês, o custo de um empréstimo é, em média, 8%;
- rendimento comprometido – todo o ganho esperado com o crédito pode ser anulado pelos juros pagos em uma operação de emergência.
Ou seja, se surgir uma emergência, o custo do empréstimo será muito maior do que o rendimento do crédito judicial parado. Inclusive, você pode ter que desistir de oportunidades de investimento com retorno imediato por falta de liquidez.
Antecipação de crédito judicial como solução: quando ceder o crédito faz sentido
A cessão de crédito judicial é uma estratégia financeira que pode ser vantajosa para quem possui um crédito fixado na Justiça e precisa de liquidez imediata. Entenda!
O que é a cessão de crédito judicial?
A cessão de crédito judicial consiste na transferência do direito de receber o crédito de um processo judicial para outra pessoa ou empresa. Em vez de esperar que o processo se conclua para receber o montante, o titular pode negociar a venda desse direito, recebendo parte do valor imediatamente.
Como a antecipação de crédito permite reinvestimento com maior previsibilidade?
- Reinvestimento planejado – o titular consegue utilizar os valores de forma mais eficiente, aplicando-os em investimentos com maior liquidez e previsibilidade;
- Previsibilidade nos ganhos – aplicar o montante de forma mais estratégica, com a possibilidade de obter rendimentos em opções de liquidez diária ou em investimentos programáveis.
Portanto, a falta de liquidez do crédito judicial é um obstáculo real para quem busca utilizar esse recurso como uma fonte imediata de investimento ou reserva financeira. Então, optar pela cessão de crédito judicial é uma alternativa inteligente para quem precisa de liquidez imediata.
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*Renata Nilsson, formada em Comunicação Social e Direito pela Universidade Anhembi Morumbi, com especialização em direito corporativo e compliance, acumula 11 anos de experiência na advocacia contenciosa e na estruturação de operações no mercado financeiro. Renata participou de diversas operações de M&A, contingenciamento de passivos judiciais e gestão e validação de créditos. Atualmente atua como consultora especializada de diversos fundos de investimentos (FIDCs) e plataformas de investimento, focados na aquisição de créditos judiciais, incluindo créditos judiciais trabalhistas, cíveis e precatórios como CEO e sócia da PX Ativos Judiciais.